MESA DE LOS TRES REYES (#1CUME 2446M)
perto de Zuriza, Aragón (España)
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Fotos da trilha



Descrição do itinerário

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MESA DE LOS TRES REYES (#1CUME 2446M)
Clássica ascensão invernal à Mesa de los Tres Reyes, desde o Refugio de Linza, com regresso pelo mesmo itinerário. A trilha poderá não ser adequado noutra estação do ano. Para quem está habituado a travessias e/ou ascensões invernais nos Pirenéus, este percurso não apresenta grandes dificuldades, à exceção do ataque final ao cume, que dependendo das condições do terreno poderá ser mais complicado. Foi necessário usar crampons, piolet, capacete, arnês, mosquetões, descensor, cintas, cordinos e três cordas de 30 metros, devido ao terreno misto de neve, gelo e rocha.
Mesa de los Tres Reyes, cume conhecido dos Perineus Ocidentais por ser o teto de Nafarroa e Euskal Herria, localizado na confluência dos reinos de Navarra e Aragão, nos limites dos Valles de Ansó (Huesca) e Erronkari/Roncal (Nafarroa). Apesar da sua designação, esta elevação não partilha declives com França. O pico calcário pontiagudo ergue-se acima do complexo e labiríntico Planalto Cárstico de Larra com uma crista que seguiria uma orientação E-W e incluiria os picos de Table/Mesa (2.421 m), antecedente oriental do Pico de los Tres Reyes (2.446 m), Budogia (2.368 m), Linza (2.305 m) e Ukerdi (2.252 m). Este conjunto de picos, juntamente com os que rodeiam o Auñamendi / Pic d`Anie (2.504 m), são os primeiros do oceano a dar uma verdadeira sensação alpina, razão pela qual marcam um limite muito bem definido das altas montanhas dos Pirenéus no extremo ocidental.
Em qualquer caso, o cume da Mesa de los Tres Reyes (2446 m) ou Hiru Erregeen Mahaia (Iror Erregeen Mahaia) tem o seu próprio prestígio. Três reinos estariam supostamente unidos nele: Navarra, Aragão e Bearne, razão pela qual também pode receber os nomes de Hiru Erregeen Mahaia (Iror errege maia no dialeto do vale do Roncal), Meseta d'os tres reis (aragonês), Table d'eths tros Rouyes (occitano bearnês), na língua "própria" de cada um de seus territórios, além das línguas que entraram nos Pireneus posteriormente: Mesa de los Tres Reyes (castelhano), Table des Trois Rois (Francês). Neste pico os monarcas reuniam-se para discutir os problemas entre os três reinos sem sair cada um deles de seu próprio território. Obviamente, a lenda que é contada nos mesmos termos noutros lugares onde os reinos foram unidos (inclusive na mesma fronteira de Navarra, Aragão e Castela, perto de Fitero), não pode ser muito verdadeiro...

Mesa de los Tres Reyes (2.446 m)
É realmente no extremo oriental, onde convergem os termos de Nafarroa, Aragão e França, ao nível que os montanhistas chamam simplesmente de Mesa, e que os mapas descrevem com o nome completo Table des trois Rois (2.421 m). Esse nível é, portanto, a verdadeira "mesa", que também vem a se encaixar com a fisionomia “amesentada” do próprio cume. Ali deve-se enfatizar que a palavra mesa deve ser tomada como um diminutivo de meseta (planalto), sendo este último o verdadeiro significado que ela comporta, nada tendo a ver com móveis. De fato, a designação Meseta de los Tres Reyes ou Meseta d'os Tres Reis, na língua aragonesa, é amplamente utilizada (e apropriada).

Via Ascensão Mesa de los Tres Reyes
Existem várias vias de ascensão, mas por razões obvias iremos apenas abordar a via que sai do Plano de la Casa (1.330 m), onde se localiza o Refugio de Linza. Junto ao refúgio inicia-se o caminho que começa a subir pelas colinas verdes até ao planalto que forma o Sobrante de Linza (1.660 m). À esquerda continua o caminho que sobe sob as encostas de La Paquiza de Linzola (2.100 m) atingindo o Collado de Linza (1.936 m). Deste local, que normalmente impõe um breve descanso aos montanheiros, já se avista a Mesa de los Tres Reyes (2.446 m), ainda um pouco distante.
A próxima parte do itinerário desce até a Hoya de la Solana (1.823 m), depressão que acumula a compressão no verão e o calor nos dias ensolarados de inverno. O percurso normal passa agora (E) por baixo das paredes de Budogia (2.367 m) chegando ao Collado Escoueste (2.114 m). Agora o itinerário muda de direção e segue (NE) em direção à crista, que atinge o Collado de la Mesa (2.305 m). A partir daqui o pico surge como uma pirâmide perfeita que pode ser atacada diretamente ou, geralmente mais facilmente, fazendo um pequeno desvio à direita. No topo, espera-nos a pequena imagem de São Francisco Javier, padroeiro das terras navarras.
Uma variante deste itinerário é chegar ao topo seguindo a Aresta de Budogia (2.367 m). De Hoya de la Solana (1823 m) continuamos (N-NW) até Hoya del Portillo de Larra (1.836 m), onde viramos à direita para ganhar altitude através de um vale marcado que atinge a crista na altura do Portillo Ukerdi (2.203m). Então a crista é atravessada sem dificuldades até chegar à Budogia (2.367 m). A partir daqui, impõe-se um curto destrepe (I) até ao Collado de La Mesa (2.305 m), juntando-se assim ao percurso normal de Hiru Erregeen Mahaia/Mesa de los Tres Reyes (2.444 m).
DESCRIÇÃO DA TRILHA
O trilho tem início no Parking do Refugio de Linza, em Plano de La Casa (1.330 m), ponto de partida para várias ascensões. Seguimos pelo “Caminho de Francia”, caminho marcado, muito evidente e com marcações vermelhas e brancas (GRT13) que nos indica o caminho que sobe a suave encosta da colina de Sobrante de Linza (1.660 m). Do outro lado da colina temos uma ampla vista panorâmica sobre o Barranco de Petrechema. Chegamos a uma zona mais plana onde atravessamos o Arroyo del Cubilar de Petrechema para iniciar de seguida uma subida por uma zona rochosa na encosta de La Paquiza de Linzola. O trilho ganha altitude progressivamente até alcançar o Collado de Linza.
Chegamos ao Collado de Linza (1.935 m), uma breve pausa para recuperar do esforço e seguimos à esquerda para continuar em direção ao objetivo da jornada, La Mesa (NE), cuja silhueta se avista claramente no horizonte. Vamos perder altitude novamente em Hoya de la Solana (1.823 m), uma depressão que se forma entre os dois picos e onde encontramos o típico refugio metálico, hoje, praticamente todo coberto pela neve, estava apenas visível a sua cobertura. Aproveitamos o local para o reforço da manhã e colocar os crampons uma vez que a partir daqui teremos de superar algumas pendentes mais íngremes e expostas.

Variante Ascensão Invernal
Após o refugio metálico encontramos um Poste Informativo, seguimos à direita. Aqui o caminho começa a subir em direção a um terreno cárstico, subindo algumas encostas com um declive considerável, rodamos à esquerda até que alcançamos, na parte superior, a Hoya del Portillo de Larra, onde rodamos agora à nossa direita em direção aos cumes de Budogia. Seguimos por baixo das paredes do Pico Budogia voltamos a ter de vencer um declive considerável até alcançar uma espécie de Colladina (2.258 m) onde rodamos à esquerda para vencer o forte desnível que nos leva ao Collado de la Mesa (2.305 m), entre o Pico de Budogia e La Mesa de los Tres Reyes.
Agora, La Mesa de los Tres Reyes surge como uma pirâmide perfeita que pode ser atacada diretamente. Seguimos para a sua ingreme aresta, inicialmente sem problemas de maior, mas pouco antes da chaminé encontramos um terreno misto de neve, gelo e rocha. Como tínhamos material, equipamos a via com corda para uma ascensão mais segura. Um primeiro largo até à Chimenea, onde montamos uma reunião, corda de 30 metros. Aqui, rodamos à esquerda, troço muito exposto e com vigorosa trepada em rocha, que roda à direita, onde montamos um segundo largo, corda de 30 metros, com nova reunião. Por fim, temos de vencer o último desnível, também de terreno misto de neve, gelo e rocha, muito exposto, onde montamos o terceiro largo, corda de 30 metros, e que nos leva muito perto do cume. Restam-nos escassos metros que subimos facilmente, até ao cume.

Panorâmica desde La Mesa de los Tres Reyes
Chegamos! La Mesa de los Tres Reyes (2.446 m)! No cume, temos a pequena imagem de São Francisco Javier, padroeiro das terras navarras e uma bela réplica do Castelo de Javier, que só por esta curiosa e detalhada caixa de correio (buzón) terá merecido a ascensão. As vistas do topo são inestimáveis, podemos ver o Petrechema e a Aguja de Ansabère, o Ezcaurre e Budogia. Como o dia está tão bom, com céu limpo e sem vento, podemos ver muito bem os Pirinéus de Huesca... Por um lado, Añelarra, Ani, Peneblanque e Billare, sob os quais se encontra o Lago Lhurs, podemos até apreciar o litoral das Landas francesas. Por outro lado, mais ao longe, um sem fim de picos, entre os quais se destaca o Midi d'Ossau.
Seguiu-se uma longa pausa, pois o local e o dia convidavam, uma vez mais, a um momento de pura descontração... O regresso foi, no sentido inverso do mesmo itinerário, onde conseguimos contemplar as vistas da paisagem com uma luz diferente…
FICHA TÉCNICA
Realização: 28 fevereiro de 2022
Percurso: Refugio de Linza - Sobrante de Linza - Collado de Linza - Hoya de la Solana - Hoya del Portillo de Larra - Collado de la Mesa - Arista W/Chimenea - La Mesa de los Tres Reyes (2.446 m) (regresso pelo sentido inverso)
Distancia: 16,7kms
Duração: 10h24min
Tempo em movimento: 4h44min
Tempo parado: 5h40min
Movimento médio: 3,52km/h
Acumulado positivo: 1388m
Acumulado negativo: 1388m

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A equipa Caminhantes

Pontos de passagem
Comentários (2)
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Só a descrição dá vontade de pegar na mochila e ir, não fosse a distância que nos separa destes idílicos cenários dos Pireneus.
Obrigado pela partilha, mais uma guardada nos favoritos!
Olá PicosAlpinos
Obrigado pelo comentário e avaliação da trilha. O prazer também está na partilha. Saudações.