Morro do Catumbi e Morro do Rebentão na Serra do Calaboca
perto de Barreto, Rio de Janeiro (Brazil)
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Fotos da trilha



Descrição do itinerário
Como a área de ativação do Morro do Catumbi (PY1/RJ-078) não foi realmente atingida no dia 04/02/2022, decidi apagar o log referente a esse pico e anular a ativação. Apesar da ativação do Rebentão (PY1/RJ-066) continuar válida, não logrei êxito na dupla ativação almejada. Afinal, o que esperar de um local conhecido como Serra do Calaboca? Eu poderia culpar o Curupira, e até achei que ele me pregou uma peça na segunda subida do dia, no Rebentão, quando perdi meu óculos e tive que voltar e refazer várias vezes um trecho da trilha até subitamente encontrá-lo, quando já tinha dado por perdido. Eu poderia também recorrer a histórias fantásticas e culpar a má fama do local. Como se sabe, a região foi reduto de uma quadrilha de assaltantes liderada pelo infame Cunha Marujo, que assaltava os viajantes a caminho de Maricá na segunda metade do século XIX, emboscando-os com a frase “Cala a boca”, frase essa que passou a ser repetida em voz baixa entre todos que passavam por lá, temendo serem ouvidos pelos bandidos. Mas o fato é que a responsabilidade foi toda do ativador. Sobrou empolgação e faltou planejamento adequado! Apesar de conhecer bem o lado do Rebentão, área famosa pelas grutas do Spar, eu não conhecia o pouco frequentado Morro do Catumbi. Ainda assim, não tracei uma rora prévia como faço sempre nem consultei tracklogs ao longo do percurso, certo de que seria suficiente apenas a orientação visual. O Garmin Foreruner 235 no pulso serviu basicamente para controlar o tempo. Mas não devemos menosprezar um pico só porque ele é baixo ou aparentemente sem dificuldades. Ou, para ser mais específico, não devemos esperar que a natureza se dobre tão facilmente às nossas ambições. Cada local tem os seus mistérios e cobra o seu preço. Assim, após cruzar o antigo túnel ferroviário e seguir por uma linha de cumeada com bastante capim, atingi apenas um platô que constitui um dos dois cumes falsos antes do cume propriamente dito. O caminho adiante apresentava um leve declive e a vegetação encobria a continuação da linha de cumeada, à esquerda. Apressadamente então me dei por satisfeito e comecei a montar a estação. Daí em diante, a partir do momento em que fiquei totalmente absorvido pelo processo de montagem, operação e desmontagem da estação, não havia mais como corrigir o erro. O cume do Rebentão, do outro lado do vale, parecia me acenar imponente com seus eucaliptos se movendo ao vento, e eu tinha um compromisso lá em cima com diversos colegas radioamadores. E foi só lá em cima, quando terminei o que julguei ser a segunda ativação, que comecei a desconfiar que tinha sido na verdade a primeira e única do dia. Descendo a trilha, o cume real do Morro do Catumbi, bem distante e bem mais alto do que pensei, começou a se revelar por entre os eucaliptos, cada vez mais proeminente, cada vez mais verdadeiro, enquanto o vento parecia sussurrar lentamente: “Calaboca, Sotero! Cala a boca, Sotero?”
Forte 73 de PU1JAH, Monteiro
Forte 73 de PU1JAH, Monteiro
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